Sejam bem- vindos ao blog do Pé Torto Congênito, aqui todos poderão tirar suas dúvidas quanto à patologia, tratamento, mitos e curiosidades!


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EVENTO DE 5 ANOS DO NÚCLEO


Este ano estamos comemorando 5 anos do núcleo de assistência ao Pé torto congênito no Centro Universitário CESMAC. E contamos com a participação de todos os interessados sobre o tema. O evento acontecerá nos dias 12 e 13 de novembro, e serão realizadas palestras de atualidades sobre o assunto e workshop sobre manipulações fisioterapêuticas na patologia. Além claro, de informações sobre o núcleo, que é de influência para todo o estado de Alagoas, tendo impacto na qualidade de vida dos indivíduos tratados.

                                       Confira a programação e venha participar!!!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A Escala de Pirani


A escala de pirani é utilizada para avaliar e acompanhar a evolução de pés tortos congênitos. Ela é baseada em seis sinais clínicos, que possibilitam quantificar o grau de rigidez das deformidades, de forma prática e reprodutível.  Os sinais são agrupados em duas regiões: Os três primeiros sinais estão relacionados ao antepé e os outros três sinais ao retropé.

          1) Curvatura da borda lateral do pé

          2) Prega medial.

          3) Cobertura da porção lateral da cabeça do tálus.

          4) Prega posterior.
    5) Posição da tuberosidade do calcâneo.

    6) Redução do eqüinismo.
   Os sinais são graduados em três níveis de pontuação:
  0 - ausência de deformidade.
  0,5 – moderada.

Prognóstico


            Para determinar a eficácia do tratamento para pés tortos congênitos devem-se levar em conta alguns fatores, tais como: o início do tratamento, as características dos pés, realização correta do tratamento, associação com alguma doença e o tipo do pé.
            Como falado anteriormente, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, para que se tenha um bom resultado. Pés rígidos, curtos e gordos são fatores agravantes.
            A não realização correta do tratamento, normalmente pelos pais que se sensibilizam com a criança e acabam retirando a órtese gessada antes do tempo ou não cumprindo as horas certas para a utilização da órtese de Dennis Browne(Imagens B e D), isso pode interferir no resultado do tratamento. Para que isso não aconteça é preciso orientações para a família quanto ao tratamento e benefícios para a criança. Pés tortos que estão ligados á alguma causa neurológica ou sindrômica são mais difíceis de tratar, tanto pelo fator causal,quanto pelas características dos pés que tendem a ser mais rígidos e a terem processos de recidivas.

O Tratamento


          O tratamento de pé torto congênito deve começar o mais rapidamente possível, devendo ter início antes de 15 dias de nascido, para aproveitar a elasticidade favorável dos tecidos que formam os ligamentos, cápsulas articulares e tendões, sendo assim, os pais devem procurar o tratamento o quanto antes. No tratamento com a técnica de Ponseti, fazem-se manipulações adequadas e a aplicação de 6 a 8 gessos de formas semanais (Imagem c).
O objetivo do tratamento do pé torto congênito é tornar o pé o mais funcional, plano e indolor. Através do tratamento adequado haverá uma remodelação biológica alongando as estruturas que estavam contraturadas.
Alguns pés tortos são mais rígidos e não resolvidos apenas com o tratamento conservador, devendo ser realizada uma cirurgia para correção, que visa a completa e imediata resolução do quadro em um único procedimento. Como as deformidades residuais são variáveis, cada pé tem que ser cuidadosamente estudado, através do exame físico e radiográfico.
O pé tratado corretamente nunca será um pé absolutamente normal, permanecendo o tamanho um pouco menor e quase sempre associado à atrofia da panturrilha.

Epidemiologia

Pé torto congênito bilateral
Pé torto congênito esquerdo
Pé torto congênito direito



O Pé torto é o defeito congênito mais comum do pé, É mais freqüentemente encontrado em indivíduos de raça negra ( 6,8 a cada 1000 indivíduos nascidos vivos) já nos indivíduos de raça branca sua incidência é baixa com 1,5 a cada 1000 nascidos vivos. O sexo masculino é duas vezes mais afetado. O acometimento é 50% nos dois pés e quando for apenas a um pé, o acometimento é mais frequente no pé direito.

Tipos

Existem 3 tipos de pés tortos que são:
- Postural: São pés flexíveis às manipulações, e respondem mais facilmente ao tratamento;
Pé torto postural
          
- Idiopático: Não existem teorias que justifiquem suas causas, são pés mais rígidos que não estão associados a alguma doença;

Pés tortos idiopáticos

            - Teratológico: Os pés são muito rígidos e bastantes resistentes ao tratamento, estão associados à doenças como a mielomeningocele e artrogripose.
Pés tortos teratológicos associado à  artrogripose
           

Quadro Clínico

Para ser considerado pé torto congênito o pé da criança é caracterizado pelo: equinismo, retropé, varo da subtalar, adução do antepé.
Nos pés tortos congênitos é importante certificar-se de que não se trata de quadros relacionados a alguma síndrome, ou de causa neurológica,assim como é necessário o exame dos quadris, pela possibilidade da associação de luxação dos mesmos (MANOBRAS DE ORTOLANI E TESTE DE BERLOW).